quinta-feira, maio 17, 2007

Antônio Prado - Fim




No dia seguinte levantamos, tomamos café e nos despedimos da pousada Zanotto com a promessa de voltarmos no inverno. Fomos passando por aquelas estradinhas rumo ao centro da cidade, com uma nostalgia imensa. Lugar tranqüilo onde a paz encontrou repouso.

Decidimos voltar para Porto Alegre pela antiga estrada, conhecida como “Caminho da Imigração”, que se chama dessa forma, pois foi por ali que os primeiros colonos italianos passaram para chegar a região.

Aconselho a todos que façam esse passeio. A estrada é pequena e de chão batido, mas o visual é deslumbrante. Fora que podemos visitar algumas famílias que ainda permanecem no local desde o tempo da colonização.




Logo no começo do caminho está localizada o moinho movido a água, que ainda hoje fabrica farinha de milho. É possível fazer uma visita pelas instalações e ver como funciona todo o processo.

Mas não vá esperando uma visita guiada com hora marcada e com explicações técnicas. Infelizmente, por não haver um fluxo grande de turistas e por falta de treinamentos, não existe uma infraestrutura preparada esperando sorridente o próximo grupo para a visita.



Tivemos que bater na porta da casa, perguntar se estavam abertos e se podiam nos receber. Prontamente o fizeram. Disso não podemos reclamar. Mas se o turista é um pouco tímido ou desavisado, passa pelo local sem ao menos perceber que estava perdendo uma ótima visita.




Próxima parada: casa de artesanato. Essa casa fica bem no centrinho do que podemos chamar de “mini-cidade”. Nesse momento, parece que estamos adentrando um filme do século passado. Um faroeste desabitado. Novamente tudo fechado. Tudo bem que chegamos bem perto do meio-dia, hora do almoço sagrada em pequenas cidades. Mas ao menos esperávamos encontrar alguma plaquinha do tipo “hora do almoço, volte mais tarde”. Mas não, só havia o silêncio.

Percebemos que seria inútil tentar visitar a casa de artesanato e a casa do ferreiro. O jeito era ir almoçar. Mas aonde? Sim, porque ali não encontraríamos nada a não ser residências. Pelo mapa que pegamos indicava que o Caminho da Imigração já estava no fim, e que logo entraríamos na RS-122. Então resolvemos almoçar em uma cantina charmosa na beira da estrada. Melhor comida não poderíamos ter. O lugar oferece um rodízio de massa com galeto, mas optamos por algo mais leve, já que teríamos que viajar por quase 3 horas. Escolhemos 1 pedaço de galeto com 1 porção de massa quatro queijos. Massa caseira, amarelinha. Lugar para ser re-visitado com certeza, mas com tempo para apreciar todas as guloseimas oferecidas.

Quando fomos pagar, comentei com a atendente que não tínhamos encontrado aberto nem a casa de artesanato nem o ferreiro. Qual minha surpresa? A moça era prima da dona do artesanato. Prontamente, ligou para lá e pediu que abrisse o lugar para conhecermos.

Confesso que a casa não tem nada de mais a não ser pela arquitetura. Mas valeu para conhecer. Não tinha quase nada de artesanato, mas acabei comprando 1 bonequinha feita toda de palha de milho.

A moça que nos atendeu, informou que abrem muito pouco aquela casa, pois quase não têm visitantes. Informou também que se eu quisesse conhecer o ferreiro bastava bater na porta que eles nos atenderiam sem problema algum.



olha minha bonequinha que fofa...



Batemos e quem nos atendeu foi uma senhora bem velhinha com uma cesta lotada de cachos de uva. Era a esposa do ferreiro. Ele estava doente, mas ela abriria o galpão para conhecermos. Nos contou que ele costuma fazer demonstrações de como trabalhavam no passado. Foi uma pena não podermos assistir, pois o local transpirava uma viagem no tempo.




Na saída, fomos pagar pela visita (não cobram, apenas tem um cartaz pedindo colaboração de míseros R$ 2,50 por pessoa), mas a senhora disse que não precisa já que não tínhamos visto o ferreiro em ação. Dissemos que não tinha problema e que só conhecer o local já valia. Ela acabou aceitando, mas não antes que aceitássemos alguns cachos de uva como retribuição.



E foi assim que encerramos nossa visita a Antônio Prado. Uma cidade encantadora, sem muita aventura, mas com certeza com inúmeras gentilezas de um povo receptivo e pronto para nos atender da melhor maneira possível.










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