sexta-feira, março 06, 2009

Após o Reveillon - viagem parte 2

Antes mesmo de o show acabar, resolvemos que era hora de partir. Sim. Porque senão ficaríamos horas tentando pegar um taxi quando todo aquele povo resolvesse voltar para suas casas. Decisão mais acertada impossível. Chegamos ao hotel sem nenhuma demora e prontos para descansar para o que nos esperava nos próximos dias.
Tomamos café da manhã e ali mesmo ficava claro que não estávamos em um lugar comum. Para desejum: caldo de peixe e caldo de ovos. Ovos!! Inteiros!! Flutuando na calda avermelhada. Bom, gosto é gosto, né?
Basicamente passamos o dia no hotel, pois absolutamente tudo estava fechado. Mal conseguimos almoçar fora. O restaurante em questão foi o famoso Dona Maria. Pedimos carne seca e acompanhamentos. O prato era enorme. Caro. Mas muito gostoso. Claro que não podia faltar o coentro, que estava presente no vinagrete que não tem vinagre, vai entender. Para digerir a comilança, decidimos ir caminhando até o hotel que era relativamente perto, mas não do lado. Mas para quem já havia caminhado tudo que caminhamos na noite anterior, aquilo era fichinha. Fomos apreciando a cidade quase fantasma, pois não haviam pessoas nas ruas e mal se enxergava um carro ali e outro acolá. Demos uma paradidinha no McDonalds para comer um sorvetinho, porque ninguém é de ferro, e chegamos ao nosso hotel, prontinhos para a soneca da tarde.
Para finalizarmos o dia fomos tomar banho de piscina ao anoitecer com champagne. Somente nos dois, a piscina e as estrelas. Maravilhoso.

Balanço do dia:
Onde: São Luis
Hospedagem: Expresso XXI.
Gourmet Acidental: Filé de peixe com camarão do Hotel. Perfeito!
Tempo: Nublado com vento
Ponto Alto: Piscina ao entardecer com champagne. Somente nós e as estrelas
Nível de cansaço: físico: alto; mental: baixíssimo
Compras: nenhuma, tudo estava fechado devido ao ano novo

terça-feira, março 03, 2009

E a viagem começa - parte 1

Não havíamos planejado passar nossas férias no Maranhão. Na verdade, não havíamos planejado qualquer coisa. Foi devido às “forças externas” que nos vimos obrigados a tirar férias em um dos períodos mais conturbados para isso: entre o Natal e o Réveillon.
O pouco tempo para planejar e os recursos limitados não nos davam muitas opções. Tínhamos que conciliar dinheiro+tempo+disponibilidade, uma coisa nada fácil considerando a época do ano. Somado a isso todo aquele stress adorável de compras para o Natal, receber familiares, organizar festas, etc.. A solução, então, era procurar uma agência de turismo que nos ajudasse a encontrar o pacote perfeito. E foi ai que quase estragamos tudo. Digo isso, porque se ficássemos na dependência deles, jamais teríamos saído de Porto Alegre. Pacotes superfaturados, falta de atendimento adequado, atrasos nas cotações, são algumas muitas reclamações que tenho da CVC.
Mas se podemos falar de coisas boas, por que ficarmos falando das ruins, né ? Além do mais, graças a internet, hoje ninguém mais depende de uma agência de turismo para passear. Dependendo da disposição e paciência, as vezes é até melhor fazer tudo por conta. Sobra mais dinheiro, mais diversão pré-passeio, mas eventualmente micos e gorilas surgirão, sem, no entanto, atrapalhar em nada a viagem. Desde que, claro, se tenha bom humor...
No nosso caso em particular, por ser eu uma “rata de internet”, tudo ficou mais fácil. E confesso que até prefiro desse jeito. Começo a “viajar na viagem” como diz o Ricardo Freire, meesmo.
Como nossa grana estava curta e o período não era muito favorável. Acabamos escolhendo um destino que apesar de ser maravilhoso, não é tão procurado nessa época: Lençóis Maranhenses (a alta temporada é no meio do ano, quando as lagoas atingem sua capacidade máxima).
Destino escolhido então era hora de começar a fazer as reserva: passagens, hotéis, translados. Nesse momento é que quem não tem muita experiência ou relativa paciência, volta correndo para as agências de turismo, mas calma, nem tudo está perdido. Uma boa leitura no livro ou no blog (Viaje na Viagem) do Ricardo Freire (sim, sou fanzoca do cara!) ajuda em muito a perder esse medo. Se bem que ele recomenda e muito um agente de turismo, mas, bem, sabe como é que é ... ele vive viajando. Óoooooobio que os agentes irão tratar ele bem. Agora se tu não és famoso, rico, ou viagem muito... well... depois não diz que eu não avisei. Veja bem, falo isso para aqueles turistas, que assim como eu, não gostam de lugar comum, pacotes prontos e etc. Gosto é único e particular, portanto, sem discussões a respeito, certo?
Voltando as reservas, tenho que admitir que até quem tem experiência fica um pouco irritado com o despreparo, turisticamente falando, do maranhense. Conseguir uma resposta rápida e compreensível é quase uma tarefa para Hércules. Internet para a maioria é só pra enfeite. Não serve para nada. Responder emails, pra que não é mesmo? Sinceramente, não entendo porque gastam dinheiro criando páginas e mais páginas se no final tu vais ter mesmo é que usar o bom e velho artefato criado por Graham Bell. E é bom estar alerta, porque nem tudo que reluz é ouro... mas sobre isso falo mais na frente.
Feitas algumas reservas. Saímos de Porto Alegre no dia 31 de Dezembro. E apesar de todas as exclamações e espantos de que passaríamos a virada do ano no aeroporto, chegamos em São Luis no horário previsto (a fé não costuma faia.. ehehhe).
Fomos direto para o hotel, afinal queríamos descansar para aproveitarmos melhor a virada na beira da praia. Expresso XXI é o dito. Regular. Nada surpreendente, mas bem localizado para quem quer vivenciar a parte nova e badalada da cidade (a beira mar). Um pouco distante do centro histórico, nos serviu imensamente, pois queríamos pular as 7 ondas sem no entanto ter que ficar em filas e mais filas de trânsito.
Falando no dito, resolvemos sair cedo par a orla. Como não conhecíamos a cidade o melhor era não dar chance para o azar. Tínhamos alguns restaurantes pré-selecionados para jantar, só que para nossa surpresa estavam fechados. Agora me diz quem fecha um restaurante no réveillon, principalmente se está localizado no epicentro da muvuca? Mas tuuuuuuuudo bem. O jeito era improvisar. Ficamos caminhando pelos inúmeros barzinhos a procura de um lugar bom e barato. Sim. Porque haviam alguns restaurantes cobrando R$ 150,00 por cabeça, por um Buffet que não valia nem R$ 30,00.
Acabamos optando pelo Bar Jeito Carioca, que depois de alguma negociação, topou não cobrar “taxa” pelo uso da mesa, desde que, claro, jantássemos e desocupássemos a mesa antes das 23 horas. Como nosso objetivo era comer e sair caminhando pela orla, não nos importamos muito. Escolhemos provar caranguejo pela primeira vez. Não preciso nem dizer que... odiei. Muitoo trabalho para pouco prazer, fora a quantidade obscena de coentro que eles colocam que fica praticamente impossível sentir o gosto de qualquer outra coisa. Depois fiquem sabendo por uns amigos que o problema foi que não me ensinaram a comer direito (sei não Vânia, Mary, JB e Luis... vou deixar pra provar novamente ai em Belém. ;-)). Mas até que provem o contrário, sinceramente não vou perder mais meu tempo com isso.
Conforme o combinado, saímos do bar antes das onze e fomos caminhar na beira do mar. Fazia tempo que não ficávamos só nós dois, conversando sem nenhuma preocupação com tempo ou horário. Foi maravilhoso, pois muitas famílias e casais assim como a gente andavam despreocupados, rindo, brincando. O luar fornecia luz e dava o clima perfeito para a caminhada.
Depois de uns 3 km (inacreditável, mas caminhamos tudo isso sem sequer notar), paramos em frente ao palco montado onde logo, logo teria o show do Fábio Junior. Confesso que não sou fã do cantor, mas a hora que ele começou a cantar Epitáfio, do Titãs, alguns minutos depois da meia-noite, fique muito feliz de estar ali. E feliz de estar ao lado do meu marido. E pela primeira vez na vida passei o meu réveillon sem chorar, apenas com uma paz imensa no coração, com a promessa de um 2009 inesquecível.

Balanço do dia:
Onde: Porto Alegre – Brasília – São Luis
Hospedagem: Expresso XXI. Honesta e limpa. Colchões sem mola individuais.
Tempo: Nublado
Ponto Alto: Show do Fábio Junior na beira mar
Ponto Baixo: Troca de lugares no vôo, devido aos assentos não marcados anunciados na última hora.
Sorte: Taxi na volta do réveillon. No meio da muvuca, um pouco antes da lomba pra lá de imensa.
Nunca mais: comer caranguejo inteiro. Muito trabalho e sujeira para pouco prazer. Coentro in natura.
Nível de cansaço: 150%
Compras: inacreditavelmente, nenhuma.

Fotos: http://www.flickr.com/photos/temperosdavida/sets/72157612794740452/