quinta-feira, maio 17, 2007

Antônio Prado - 2º Parte- muiiito atrasada!


Nossa Cabana

O bom de viajar sem pressa de conhecer tudo em 24 horas é poder fazer seus próprios horários. É claro que situações como essas só são possíveis quando sabemos que poderemos visitar aquela cidade a qualquer momento e instante. Que não precisaremos gastar uma fortuna para re-descobrir os locais esquecidos na última vez que ali estivemos.


O lindo gatinho que ficava na nossa cabana dormindo


E foi com essa tranqüilidade que aproveitamos o segundo dia em Antônio Prado para efetivamente descansar. Apesar de termos dito para Dona Edite (dona da pousada) que iríamos acordar bem cedo, acabamos aparecendo para o café da manhã as 9:30. Diga-se de passagem, um belo desjejum, com direito a um bolo de coco perfeito.

Partimos para ver as famosas “Cascatas da Usina”. Depois de uns 10 km de estrada de chão, finalmente chegamos ao local. Elas são realmente muito bonitas, mas eu esperava um pouco mais. Esperava chegar bem perto. Sentir a água gelada, mas o máximo que conseguimos foi tirar belas fotos dos mirantes. Mais tarde acabamos descobrindo que existia um caminho que levava até elas, mas nada de fácil acesso, pelo que pudemos notar. E como não estávamos com nenhum guia, não seria muito inteligente descer pela mata fechada.

Voltamos para a pousada, pois já era quase a hora do almoço.Dessa vez tivemos um almoço “campeiro”: feijão, abóbora caramelada, carne de panela, salada, vinho e suco de uva. O feijão em especial estava maravilhoso, já que lembrava muito aquele que a minha mãe faz.

Nossos anfitriões nos convidaram para fazer um passeio rural pelo pomar no final do dia, então aproveitamos para “tirar a sonequinha” da tarde. Acordamos e fomos a nossa imersão no mundo rural.




Partimos em cima de um tratorzinho para conhecer os pomares de maça, os milharais e as videiras. O sol estava de matar, apesar da hora. Como eu nunca tinha visto um pomar de maça antes, estava achando tudo magnífico. Ainda mais que estávamos sendo presenteados com uma quantidade quase obscena de maças. Já o Neni, que conhece bem esse tipo de plantação, estava horrorizado deles terem abandonado parte do pomar. De acordo com o nosso guia, ele haviam abandonado o pomar para que pudessem comer fruta sem agrotóxico. Mas no fundo, achamos que era porque dava muito trabalho para pouco retorno. O Neni disse que esse tipo de abandono irá comprometer, mais cedo ou tarde, o restante do pomar tratado. Mais tarde, quando fomos usufruir nosso presente, o porquê ficou bem mais claro (depois conto melhor...).

Nosso anfitrião

Não pude, no entanto, deixar de pensar na pobreza mundial enquanto andava por aquele pomar. “Como é que é?” Vocês devem estar se perguntando. Pode deixar que eu explico. É que enquanto estávamos colhendo e passeando, pude ver que inúmeras maças estavam apodrecendo no pé ou caídas pelo chão. E não consegui evitar em pensar que a pobreza de alguns está diretamente vinculada ao esbanjar de outros. Que assim como aquele lugar deixava suas frutas apodrecerem outros tantos produtores faziam o mesmo com suas plantações ao invés de dividir com aqueles que tem fome. É claro que não estou propondo nenhuma revolução ou coisa parecida. Muito menos dizendo que os grandes fazendeiros são inescrupulosos. O que pensei foi, que a humanidade não avança mais, porque ainda está muito apegada “a posse”. E eu me incluo nisso. Também pouco sem dividir. Bom, mas essa história é sobre Antônio Prado e não sobre ideais. Então voltemos.

Depois desse passeio rural, fomos nos arrumar, pois tínhamos um jantar muito especial na pousada. Estava havendo um encontro de seminaristas da região e os donos da pousada resolveram oferecer um jantar a eles.

Nossa penúltima refeição foi uma churrascada alla italiana com direito a polenta frita, massa caseira, radiche, pão e muito vinho. De sobremesa tivemos sagu, torta de limão e biscoitinhos. Um “gran finale” digno dos deuses. Heheeh


Que mesa!!!



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