quinta-feira, abril 24, 2008

A grande arte de lidar com a decepção

Correria total na minha vida nas últimas semanas. Muitos projetos em andamento e muitas idéias na cabeça. Tem o projeto Confraria Gaúchas Crafteiras que está de vento em polpa e com muito desejo e força se tornará algo muito maior do que eu pensei. Tem a espera da minha boneca Blythe vinda de Hong Kong (será que realmente chegará?). Tem meus projetos profissionais. Os preparativos da festa de 1º ano do Érico, não vamos esquecer. E tem as minhas troquinhas no flickr acontecendo.
Tudo isso está gerando uma energia imensa em mim. Parte boa e parte ruim. A boa é que estou motivada com meus crafts. Acho que pela primeira vez estou acreditando que isso pode se tornar realidade (a longo prazo, é claro!). A ruim é a ansiedade para ver tudo pronto e ter que lidar com as frustrações e decepções.
Com certeza um grande aprendizado, saber lidar com as decepções. E esse tem sido minha busca. Nesta semana principalmente. Os últimos dias têm sido um tanto quanto dolorosos. Dois motivos bem diferentes, mas que causam o mesmo efeito em mim.
O primeiro motivo é a falta de visão que o diretor da minha empresa tem. Simplesmente vetou uma campanha embasada e moderna, porque não gosta de uma palavra. Acha que essa palavra tem um sentido pejorativo e negativo, quando na verdade é justamente o contrário. Sem argumentos plausíveis encerrou uma reunião em 15 minutos dizendo “Boa Tarde! Pense!”. Alguns podem pensar então mude a palavra. Mas o problema é que existem precedentes nesse caso. O dito diretor tem problemas absolutos com palavras. Sempre existe uma que ele não gosta que interpreta de um jeito, que os outros irão interpretar de outra fora, etc e tal. Tenho problemas seríssimos em aprovar textos publicitários com ele. Os textos têm que ser secos, sem adjetivos ou qualificações. Em suma ele não gosta de publicidade. E essa falta de visão prejudica a imagem da empresa que fica presa aos dogmas dele. Fica careta e ultrapassada. E o porquê de me contratarem? Honestamente ainda estou tentando descobrir. Às vezes me parece que é apenas para preencher tabela. Apenas para não ficar sem o departamento de marketing pro forma exigido pelo mercado. Frustrante.
O segundo motivo não é tão sério, mas não dá para esconder a decepção. Recebi ontem uma das troquinhas do flickr que estou participando. De cara deu para notar que a coisa não iria dar certo. Mas a decepção veio mesmo quando abri a caixa (pequenina, diga-se de passagem!). Um farrapo preto cobria o que estava dentro. Canetas usadas, trapos de tecido, um coração de plástico pintado de cola gliter. Cartão escrito a caneta por cima de um texto a lápis. Um desleixo total. Não poderia ser diferente vindo de quem veio.
Desde o princípio não havia gostado do perfil dela no flickr. Uma criança (deve ter no máximo 14 anos, forçando a barra) brincando de adulta. Não eu não sabia que era ela quem havia me tirado no sorteio. Eu sabia quem era ela porque EU havia tirado ela. Coincidência do destino? Talvez.
Apesar de não ficar feliz com minha AS (amiga secreta), procurei dar o meu melhor. Separei os melhores tecidos, comprei os melhores acessórios para alegrá-la dentro daquilo que ela havia dito que gostava no seu perfil. Fiz tudo personalizado. Enchi a caixa de mimos. Enfim, fiz para ela aquilo que eu gostaria de receber.
Infelizmente a recíproca não foi verdadeira. Maldade ou apenas descaso de criança? Nunca irei saber. Creio que foi um pouco de ambas. Porque o flickr dessa menina é recheado de anúncios de venda de maquiagens, sabonetes, cremes e roupas usadas. Quem é que vende maquiagem usada?
Como diz meu marido, let it GO! E é isso que estou tentando fazer ao escrever esse post. Esquecer tudo e lidar com as decepções que a vida nos propõe todos os dias. As grandes e as tolas e pequenas.
See ya,