quarta-feira, novembro 07, 2007

Honeymoon - Part One


Depois de acordarmos totalmente exaustos pela dança e pela felicidade resolvemos que o melhor seria adiar um pouco nossos planos e pegar a estrada no dia seguinte. Até porquê tínhamos que arrumar as nossas malas, já que para variar tudo ficou para a última hora.

Acordamos as 05:30 de segunda-feira (10/09/07) dispostos a enfrentar uma jornada e tanto. Como eu havia reservado nossa primeira estadia para Colônia de Sacramento para esse mesmo dia (baseada é claro que iríamos viajar no domingo), tínhamos que cruzar todo o Rio Grande do Sul e boa parte do Uruguai sem muitas paradas e em no máximo 12 horas para não perdermos nosso quarto. E foi exatamente esse o tempo que levamos.

Se eu estivesse lendo essa história de cara pensaria “mas que malucos, chegaram podres ao lugar...”. Só que o final foi bem diferente. A estrada até lá é praticamente deserta (com exceção é claro do trecho dentro de Montevidéo), portanto sem o stress que gera o cansaço no corpo. E nós gostamos de viajar de carro porque sempre vamos conversando sobre a vida, sobre projetos tudo regado a um bom chimarrão e petiscos que preparo de antemão.

Planejamos ir pela fronteira Jaguarão-Rio Branco e voltar pelo Chuí, pois assim teríamos duas perspectivas diferentes do Uruguai e também porquê a primeira rota é mais curta do que a segunda, apesar da rota Chuí ser a mais utilizada.

Cruzamos a fronteira exatamente ao meio-dia. Infelizmente acabei não conseguindo tirar uma foto da ponte (estilo medieval) que divide os dois países. Estava fazendo a última ligação por celular para meus pais e quando me apercebi já estávamos dando entrada nos papéis da imigração. Nada poderia ser mais simples. Em 3 minutos já estávamos novamente na estrada.







O Nielson prontamente ligou o rádio nas estações locais. “É para a gente ir se acostumando com espanhol..” Disse ele bem animado. Durante praticamente todo o percurso tivemos como companhia vacas, algumas ovelhas e uma imensidão de campos e mais campos.

O tempo foi algo peculiar. Saímos com frio e nublado. Seguimos com neblina, depois sol e por fim um temporal prolongado. Quatro estações em único dia.

As condições da Ruta 33, como é chamada à estrada que liga Rio Branco a Montevidéo, são ótimas. Nosso único susto foi quando de repente, não mais do que de repente, o asfalto se torna estrada de chão sem nenhuma indicação (até rimou!). Passado o susto e certeza que tínhamos nos perdido, foi bem interessante perceber que ao invés de “recapar” o asfalto defeituoso, os uruguaios optam por retirar todo o asfalto velho e colocar um novinho em folha.





Paramos para abastecer em Minas (Lavallera), cidade da minha cerveja predileta: Patrícia. É claro. ;-) . Fui super bem recebida. Tinha até um outdoor para mim.ahhaahah. Brincadeiras a parte, foi uma pena não termos nos apercebido disso antes, ou melhor termos nos informado. Pois teríamos visitado a fábrica que fica a poucos km da rodovia. Chegamos a ver a placa no topo da fábrica, mas como não tínhamos certeza, seguimos a diante. Só mais tarde fomos descobrir tudo. Mas quem sabe de uma próxima vez.?

Pagamos nossa primeira conta no Uruguai com nosso super cartão de crédito que acabou sendo o nosso salvador da pátria, mais “adelante” eu explico. Chegamos em Montevidéo por volta das 16:00 horas. Tínhamos que achar uma casa de câmbio urgente, pois o pouco peso que tínhamos havia sido gasto nos pedágios (Sim. Muitooos pedágios!). Os bancos e casas de câmbios costumam fechar as 17:00. Ou seja, tínhamos 1 hora pra atravessar uma cidade que não conhecíamos e encontrar a bendita, para não ficarmos sem dindim. Imaginou o desespero? Não tínhamos mais dinheiro para os pedágios e faltava ainda 2 horas até a Colônia de Sacramento...No final deu tudo certo. Conseguimos trocar nosso dinheirinho e pudemos seguir a diante.

Com a ajuda de um estranho muito atencioso que nos guiou até a rota de saída de Montevidéu partimos para mais 2 horas de carro até Colônia. O caminho é um pouquinho menos solitário, a estrada tranqüila. Pegamos um temporal que durou todo o percurso. Uma coisa bem pitoresca é que da metade em diante a estrada é “decorada” com palmeiras ala Palm Beach (não que eu já tenha estado lá, só vi em revista e filmes, mas é igualzinha). Nem parece que estamos no Uruguai.





Por volta das 19:00 horas finalmente chegamos a Colônia. De cara demos com o porto e o terminal do BuqueBus (que logo nos levaria para Buenos Aires). Cansados muito mais pelo casório do que pela viagem, pedimos informações e rapidinho chegamos ao Bahia Playa. Confesso que de cara o hotel me decepcionou um pouco. O quarto era pequeno e simples. O banheiro era bem antigo, o box minúsculo (mal cabia uma pessoa) com aquelas cortinas de plástico. Realmente um quarto para veraneio. No quesito higiene tudo estava dentro dos padrões esperados. E como nem tudo era desgraça aproveitamos para relaxar dentro de uma piscina térmica show de bola.